segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Maldita Garrafa de Amores

Últimos dias de toda minhas inspirações dramáticas, de toda nossas brigas, de todas palavras que já te falei... De tudo um pouco, do meu jeito dramático de ser; Ou ate mesmo irônico mais sempre sentimental. Sempre estou ali ausente mais sempre confuso e mais alegre. Minha voz estranha no seu ouvido meu jeito inconfundível de dizer as coisas.

E o que tenho falado nos meus últimos dias, nas minhas poucas horas. Apenas eu e meu litro de vinho solitário, confuso, sóbrio. Louco desesperado ou não? Um não que só me lembra aquele seu primeiro sim. Tantas palavras que só tenho lembrado das ultimas... Últimas inspirações de um tonto, largado e triste. Minhas palavras ferem-me como metal que retalha as nuvens, como ácido que perfura o solo sem atitudes sem rumores sem explicação que busca você. Nos meus últimos dias aqui sem direção e explicação.


Agora estamos distantes, sem chances de um novo começo. Isso há de acontecer logo agora, que olho pra garrafa vazia e vejo no fundo atrás do rótulo meus últimos dias. Minha fala se fecha para não dizer essa verdade que nos separa por entre vírgulas. As tempestades somem, o fogo apaga, os corações se enchem se erguem, o vinho acaba. As flores se abrem o vidro vazio já não jorra mais espumas, pingos, gotas. Meus olhos jorram águas. TU és meu mal do século. Meus Desejos foram inibidos, minha verdade é ridícula. Sou metade de mim. Graças aquela mera garrafa.

Não consigo te imaginar sentada sozinha. Não consigo te imaginar na mesa de um bar.

Olho pra mim olho para o público. De nos olho pra tudo, assim vejo-nos, vejo o mundo e ouço nossa antiga canção. Coincidência ou verdade; Se é ou não, não sei. Vai ver é mais uma do destino pregando na gente nessas esquinas, no estacionamento. Estacionamento que vaga mais e mais, enquanto eu bebo essa velha garrafa sem sentindo olhando pro céu vendo as estrelas e pensando em nós.


Pensando em te encontrar, corro em todo estacionamento, deixo a garrafa ao chão. Fui até as trevas. Não te achei. Fui à lua, contornei Vênus. Não te achei. Tentei sonhar, tentei entrar no mar, tentei ir a tua casa. Não te achei. Procurei dentro de mim e não te achei. Não se permitiu entrar, não me permitiu deixar, não me permitiu ver, não me permitiu sentir, tantas coisas tantas palavras tantas dores. Logo assim tudo se permite tudo se modifica, sem você e a garrafa. Sem meu futuro também. Pois deixe tudo adentro da sua porta, olho pela fechadura e de lá eu vejo meus últimos dias.


Agora quando corro, tropeço. Quando respiro, tusso. Quando sonho, não durmo. Não és de todo mal, não me faz tão mal. E aquela garrafa já não existe mais, ela secou. Só restaram nossas diferenças q me sufocam, nossas manias q me repreendem. Fujo das esquinas, me perco em ruas sem saídas. É mais fácil não pensar em ti quando tento me encontrar.

De tudo isso só sabe que mesmo tossindo, tropeçando em tudo a cada palavra, em nós agora. Sem vinho, sem vida. Sem nada. Posso correr, posso morrer. Chorar e ser feliz por querer nesses últimos dias. E nesta noite, sei que não estará sozinha. Sei que vai deixar de se importar. Quanto a mim, pegarei o primeiro ônibus, rumo a teus descompassos e passos.

E no bar, pedirei: “Uma mesa individual e um vinho, por favor.” E tu, continuarás a não se importar..



(Junto nesse texto: Pâmmela D.)

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